terça-feira, 31 de maio de 2011

Casamento Gay

CASAMENTO GAY É A DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA - DIZ A CNBB

Terça-feira, 10 de Maio de 2011 - 18:53:25

Um golpe contra a Família....


APARECIDA (SP) – Embora o reconhecimento da união entre casais do mesmo sexo não seja tema da 49ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bispos que participam do evento anual, que está sendo realizado em Aparecida (SP) e define as ações da Igreja Católica no Brasil, condenaram o reconhecimento da união entre casais do mesmo sexo. O arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, afirmou que a união entre homossexuais aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) representa uma “agressão frontal” à família, fato com o qual a Justiça estará “institucionalizando a destruição da família”.


- Criando essa norma, essa lei, estaremos institucionalizando a destruição da família. Se torna mais uma vez uma agressão frontal à família que nós sempre defendemos – disse o arcebispo de Maringá, que não concorda com o “matrimônio” entre gays: – Não podemos concordar que aí exista uma união matrimonial, porque não existe uma união sacramental entre duas pessoas do mesmo sexo.


Para o bispo de Nova Friburgo (RJ), dom Edney Gouvêa Mattoso, é preciso que haja discernimento entre o que é “união civil” e “casamento”, já que a Igreja Católica condena o casamento entre homossexuais, não a união civil.


- Uma coisa é união civil, outra é casamento. A Igreja se posiciona contrária a questão do casamento. O casamento, do ponto-de-vista religioso, é um sacramento e tem suas orientações próprias. Agora, o direito de duas pessoas de conviver e constituir um patrimônio, com direito a herança, penso que é consenso. Mas essa união não pode ser chamada de casamento – pregou o bispo.


Seria uma contradição, conforme o ponto-de-vista de dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo auxiliar de Belo Horizonte, a Igreja defender a infelicidade das pessoas, mas a felicidade, conforme seus princípios, não deve ter como base uma família homossexual.



- A Igreja não deseja a infelicidade das pessoas. Isso seria uma contradição em si mesma. Ela busca, na fidelidade de Jesus, a salvação das pessoas, portanto a realização plena das pessoas. A Igreja, ao pensar assim, não está castigando ninguém, não está sendo proibitiva, leviana. Não, ele entende que o ser humano de fato se realizará na profundidade de sua relação na constituição de uma família a partir de um casal homem e mulher. Não homossexual.


Em tom didático, dom Joaquim Mol, que já foi professor da PUC-MG, observa que a discussão que acontece a partir da proposta de união gay em votação no STF deve servir para que a Igreja reforce suas convicções


- No Brasil nós deveremos dar o exemplo de reforçar nossa ação na criação de convicções das pessoas. Essas questões todas que tem sido discutidas ultimamente no Brasil, em outros países já foram discutidas, inclusive aprovadas. A Igreja não deseja ficar brigando apenas pela lei. Ela deseja uma lei muito boa e, se a lei contempla o que ele acredita, melhor ainda. Mas se isso não acontece, como já acontece em muitos países, e em algumas situações no Brasil, o que as Igreja precisa fazer é gerar convicções – defendeu o bispo mineiro.


Como exemplo, dom Joaquim Mol cita a hipótese de criação de uma lei que permitisse roubar que, mesmo aprovada, não teria a prática dos católicos convictos.
- Se essa lei for criada, que nós trabalhemos com a convicção tal que o cristão, seguidor de Jesus, diga assim: ‘Embora a lei me faculte isso, por convicção e porque sou seguidor de Jesus e seu evangelho, eu não vou.’ É a ação como resultado da convicção.


Mais comedido, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, observou que, assim como o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a igreja católica no Rio quer garantir direitos civis a funcionários públicos, cidadãos que constroem um patrimônio em conjunto, a Igreja Católica quer preservar o direito de todos


- A CNBB, como toda a Igreja do Brasil e do mundo inteiro, quer preservar o direito de todos, quer o bem de todos, a dignidade de todos. No caso do Rio de Janeiro, o governador quer que as pessoas tenham direito a herança, uma coisa e outra. São questões financeiras, estão trabalhando juntos, construindo juntos, mas não é uma família. A Igreja sempre defendeu, defende e defenderá os direitos das pessoas, é contra qualquer exclusão – defendeu.


Dom Orani afirma que não há qualquer divergência dos católicos em relação a duas pessoas que constroem os seus bens em conjunto, mas em relação ao que se entendo como família.
- O que a Igreja coloca é que partimos de bases diferentes, a família. A família é uma entidade que vem do direito natural, não é uma decisão da maioria das pessoas. As pessoas tem o direito sim, de ter sua responsabilidade, sua dignidade. Somos favoráveis a isso. Mas não é pela maioria que se diz o que é família.

Familias desestruturadas

Famílias desestruturadas geram indivíduos desequilibrados




A socióloga Vera Araújo salienta que se a família desmorona as pessoas perdem suas referências
A família é a "célula mãe" das comunidades e apesar das crises e problemáticas atuais, é ainda esta formação familiar que agrega a maior parte dos cidadãos.

De acordo com a educadora Sílvia Gaspar, uma família bem estruturada é fundamental no que se refere à formação das crianças e jovens como futuros membros de uma sociedade.

"É na família que se vive e se assimila, para toda a vida, os valores fundamentais do homem e neste relacionamento estreito, com forte ligamento de afeto e cumplicidade é que, em geral, se baseia a conduta de cada um dos cidadãos, quer numa cidadezinha de interior ou numa metrópole”, enfatiza.

A socióloga Vera Araújo, docente da Universidade de Sophia, na Itália, ressalta que a família também é a primeira atingida pelo desequilíbrio social. Deste modo sua importância é fundamental e, através dela, que se inicia a renovação da sociedade que se deseja.

“Na família se gera a solidariedade e o amor. Na família há sexos diferentes, idades diferentes, capacidades diferentes, é um laboratório onde se vive o amor”, elucida a socióloga.

Tendo em vista assim a importância da entidade familiar, segundo a educadora, não é difícil entender que se uma família é bem estruturada pode gerar indivíduos equilibrados e atuantes positivamente em uma comunidade. O contrário também é válido.

“Os pontos mais comuns que prejudicam o convívio familiar e criam mecanismos problemáticos nas famílias são ligados, em geral, às dificuldades sérias encontradas na condução da educação dos filhos; condutas que favorecem um consumismo exacerbado; desatenção à intromissão sem critérios dos meios de comunicação de massa; desvalorização do aspecto da espiritualidade na formação humana”, destaca Sílvia Gaspar.

Dificuldades como estas, em famílias desestruturadas, na maior parte dos casos, gera indivíduos inseguros, carentes de valores, de afeto, prejudicados socialmente, sem força de atuação na própria vida e também no convívio social, explica a educadora.

“Atualmente vários estudos psicológicos comprovam que a relação pai, mãe, filho e irmãos é uma realidade tão profunda e intrínseca no ser humano que seu fracasso pode desencadear uma série de situações de desequilíbrio e sofrimento que vai do aspecto individual e psicológico, ao aspecto comunitário e social, até com patologias mais sérias”, salienta Silvia Gaspar.

Felizmente todo ser humano, bem como as entidades familiares, tem a capacidade de recomeçar e pode até se reestruturar com ajuda espiritual e médica. A educadora enfatiza que uma família com problemas pode, com a ajuda certa, reencontrar um caminho novo, reconstruindo assim a vida dos seus membros.

"Se a família desmorona, as pessoas não sabem onde aprender a amar, pois o próprio amor se aprende, não é algo emocional, ele é vivido de forma concreta. O amor de uma mãe, por exemplo, é concreto e o filho sabe que é concreto, pois a mãe cuida dele e se sacrifica por ele”, reforça a socióloga Vera Araújo.