Desenvolvimento
social e política pública
Em sentido horário: a superintendente da Rede de Desenvolvimento
Social, Silvia Helena Gonzaga; a ministra Márcia Lopes e o professor
Gabriel Chalita
O desenvolvimento social como forma de concretizar o compromisso com a
dignidade humana. Esse foi o eixo central das palestras e debates do I
Encontro Rede de Desenvolvimento Social Canção Nova, que aconteceu
durante toda a tarde desta sexta-feira, 18. O Auditório São Paulo, na
sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), acolheu o
evento.
O professor Gabriel Chalita falou sobre "Dignidade Humana: um desafio
educacional e social". Já a ministra do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, Márcia Lopes, proferiu a palestra "O desafio da
assistência social frente às políticas públicas e o desenvolvimento
social do país". Também houve um debate com questões levantadas pelo
público presente e outras enviadas através do twitter -
http://twitter.com/socialcn.
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"O trabalho social da Canção Nova é tradução do Evangelho. Buscamos
acolher e trabalhar com a pessoa inteira", destacou a superintendente
da Rede, Silvia Helena Gonzaga. Logo no início do Encontro, ela afirmou
que o trabalho social faz parte do dom Canção Nova. A madrinha da Rede
e cofundadora da Comunidade Canção Nova, Luzia Santiago, explica o que
isso significa:
"Não evangelizamos apenas através do anúncio da Palavra de Deus, do
kerygma, mas também dando nossa contribuição para diminuir a exclusão
social, e isso desde o início da Comunidade. Para nós, esse trabalho
significa o derramamento do anúncio do Evangelho - quem conhece a Boa
Nova quer ajudar na construção de uma sociedade melhor, fazer cumprir
as Bem-Aventuranças", diz.
Mais de 500 pessoas participaram do Encontro, entre lideranças do
Terceiro Setor, estudantes, autoridades, empresários e representantes
de órgãos públicos, prefeituras e secretarias de assistência social do
Vale do Paraíba (SP) e do Sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A TV e a Rádio AM do Sistema Canção Nova de Comunicação transmitiram o
evento ao vivo.
Dignidade humana
O professor Gabriel Chalita salientou que Dignidade Humana (DH) é
"cuidar da pessoa toda e de todas as pessoas", no sentido de uma
atenção integral a todas as dimensões de todas as pessoas. Citando as
cartas encíclicas de Bento XVI, ressaltou o posicionamento do Pontífice
quanto à necessidade desse cuidado integral.
Chalita indicou a educação como a política mais forte de inclusão
social, pois ensina a pessoa a ser, conviver, conhecer e fazer -
elencando os pilares da Unesco para a educação. Da mesma forma, lembrou
que política social não é pena, mas compaixão: "colocar-se com o
coração próximo ao coração do outro", afirmou.
O risco do reducionismo das políticas sociais a estatísticas também foi
alertado. "Política social é acolhimento. Conjugar o verbo cuidar é
essencial para a construção da Dignidade Humana, da Ética", disse
Chalita. Para isso, o diálogo e parceria entre Estado e instituições
não governamentais é fundamental.
"É uma época de parceria, pois o Estado não conseguirá resolver nada
sozinho e as entidades, sem o aporte estatal, também não".
E finalizou: "Nosso desafio como cristãos e cidadãos é permitir que
ninguém mais seja invisível".
Políticas públicas
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes,
enfatizou o desafio de coordenar as políticas públicas em um país que
abarca uma complexidade tão grande de relações, como é o caso do
Brasil.
"Com a criação desse Ministério, em 2004, saiu-se do entendimento da
assistência social como benemerência ou assistencialismo. Buscamos
fazer com que o sistema descentralizado que hoje existe possa ganhar o
status de política pública, que deve ser organizada e formatada a
partir de certas metodologias específicas".
Márcia também ressaltou a obrigação de se fazer avaliação e
monitoramento contínuos dos recursos aplicados nos diversos municípios.
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