domingo, 5 de setembro de 2010

Gerar novas famílias para Deus

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Estamos acompanhando a exortação que São Paulo faz a uma comunidade, a comunidade de Corinto. Uma comunidade cheia de dons, mas que foi tomada de partidos. 'Escrevo-vos tudo isto, não com a intenção de vos envergonhar, mas para vos admoestar como meus filhos queridos.'

A Primeira lição que a primeira leitura trás é: pai que é pai corrige, como São Paulo corrigiu. Não para envergonhar os seus, mas para direcionar no caminho certo.

Sem educação dos filhos a geração é um ato imperfeito e incompleto. Os pais são os primeiro e os principais educadores. Família é o lugar onde adquirimos os princípios. A família é, por tanto, a primeira escola de virtude sociais.

O futuro de uma sociedade não pode se realizar sem a participação das famílias. A salvação da pessoa está ligada ao bem estar da familiar.

A responsabilidade de educar o seu filho é sua. Essa responsabilidade não pode ser "terceirizada". É comum pais deixarem que a TV eduquem os filhos, isso não pode acontecer.

Pais, vocês não têm o direito de transferir a educação dos seus filhos para escola, a escola é parceira e não substituta. As vezes deixamos as escola educar os filhos, para trabalharmos, mas esquecemos o prejuízo que é a ausência dos pais na nossa família.

Pais que trabalham e deixam suas esposas em casa, compreenda que suas mulheres trabalham em casa, e trabalham muito, e a educação dos seus filhos não é missão apenas dela. O homem, o pai é insubstituível na vida do seu filho. Então seja pai de verdade.

Gerar um filho na carne sem educar, é um ato incompleto.

A ausência do pai pode levar os filhos para gestos e inclinações femininas. É Preciso que dentro de uma casa tenha um modelo de homem. Ninguém pode fazer o papel do pai, só você pode fazer, uma boa escola não substitui a sua presença.

O melhor método de educação é o exemplo dos pais. Pai e mãe quais os exemplos vocês têm dado para os seus filhos? É necessário que os pais façam antes e depois cobrem dos seus filhos. Não cobrem dos seus filhos o que vocês não têm coragem de fazer.

''De fato, mesmo que tivésseis dez mil educadores na vida em Cristo, não tendes muitos pais. Pois fui eu que, pelo anúncio do Evangelho, vos gerei em Jesus Cristo.''

Nada substitui o pai. É Palavra de Deus que diz. Pode ter 10 mil missionários da Canção Nova evangelizando, de nada adianta se não temos pais presentes.

Pai e mãe preste atenção! Gerar um filho na carne sem educar, é um ato incompleto.

Vovós não ocupem o lugar da mãe nas vidas dos seus netos, cuidado para você não abrir a creche da vovó. Sei que é por amor, mas o seu filho e filha precisa ter responsabilidade nas vidas que colocam no mundo, se não eles continuarão gerando para você educar.

Pais gerem com o coração também. Quantos filhos estão tomando esta atitude de ser pais que geram espiritualmente.

Hoje é preciso restaurar os papéis da nossa família. Há filhos que mandam na sua casa, porque os pais se comportam como filhos. Tem gente que paga escolas caríssimas, mas que por estar ausente deixa o filho ter contato com traficante que vende droga na esquina da escola, e você não vê a alteração do seu filho que está envolvido com droga, porque está trabalhando. Que o Senhor restaure a sua família. Que você, através da oração, ocupe o seu lugar na família. Permita que Jesus, o restaurador, entre em sua casa. O invoque, leve Deus para os seus.

Homilia baseada no Diretório da Pastoral Familiar - CNBB

Orientações aos católicos sobre eleições e censo

São Paulo, 20.08.2010
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
      Arcebispo de São Paulo

                                                                                    Estimados Padres da Arquidiocese de São Paulo
Escrevo-lhes sobre a campanha eleitoral, já iniciada, em vista das próximas eleições para os cargos do Poder Executivo (Presidente e Governador) e do Poder Legislativo (Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual).
Todos os cargos pleiteados nestas eleições são importantes; por isso requerem atenção especial de nossa parte. O destino político do Brasil, nos próximos anos, estará na mão daqueles que agora forem eleitos.
O Episcopado do Regional Sul I da CNBB (Estado de São Paulo), em sua assembléia de junho passado, emitiu uma Nota com orientações sobre como “Votar Bem“, que lhes envio em anexo..Aconselho-os a divulgarem estas orientações através dos meios à sua disposição, não deixando de imprimir e de difundir as mesmas nos jornais paroquiais e na internet. Trata-se de uma ocasião importante para a formação da consciência política do nosso povo; os eleitores devem exercer bem o seu poder político, mediante o voto, escolhendo candidatos idôneos e comprometidos com o bem comum, com a justiça social, o respeito à vida, à dignidade da pessoa humana e com as demais causas boas.
Ao mesmo tempo, desejo comunicar-lhes algumas orientações da Arquidiocese de São Paulo com respeito ao envolvimento dos espaços e organizações eclesiais na campanha eleitoral.
1. Fique claro que a Igreja não tem uma opção oficial por partidos ou candidatos. Por isso, também os representantes da Igreja (Clero) não devem envolver-se publicamente na campanha partidária (cf Cân. 287 §2; 572).
2. Nas Missas e outras celebrações (homilias, cursos), não deve ser feita campanha explícita para partidos ou candidatos, quer por clérigos, quer por leigos. O envolvimento político-partidário direto do Padre, ou o uso instrumental, para isso, da celebração litúrgica divide a comunidade.
3. Os espaços eclesiais não devem estar, de forma exclusiva, a serviço de um partido ou candidato. Nos mesmos espaços eclesiais (templos, salões paroquiais) não sejam afixados apelos eleitorais de partido ou candidato.
4. No entanto, não se deixe de orientar os fiéis para que votem de modo consciente e responsável, dando o apoio a candidatos que sejam afinados com as suas próprias convicções e que, se eleitos forem, não promovam causas contrárias aos princípios cristãos na sua atuação parlamentar, ou executiva, sobretudo no que diz respeito à dignidade da pessoa e da vida, desde a sua concepção até à sua morte natural. No entanto, não se indiquem nomes.
5. Para melhor conhecimento dos candidatos e de suas propostas, é útil promover encontros de vários candidatos, para o debate e a exposição das propostas, no salão paroquial ou em outros ambientes. Porém, isso não deve ser feito no templo.
Acrescento uma preocupação relativa ao Censo 2010. A pergunta que se refere à religião (”qual é sua religião?”) pode gerar confusão, perplexidade e distorção dos dados da realidade. De fato, quem responder “sou católico”, ou “minha religião é a católica”, será colocado diante de uma lista de nada menos que 27 opções de “católicos” ou de “religiões católicas” supostamente diferentes. Fica a pergunta sobre os reais motivos dessa formulação da questão, quando boa parte das alternativas (bem 12) dizem respeito à mesma Igreja/religião Católica Apostólica Romana. Nossos católicos poderão ser levados a indicar uma opção equivocada, que não corresponda à sua/nossa Igreja ou religião: Católica Apostólica Romana.
Portanto, recomendo que nossos fiéis católicos sejam oportunamente orientados a responder: “sou católico apostólico romano”, ou “minha religião é a Católica Apostólica Romana”. Sugiro que a questão seja explicada sem demora ao povo nas Missas (avisos) e em outras circunstâncias (jornais, revistas, internet). O Censo já está acontecendo. Em anexo, envio-lhes a lista do IBGE, relativa às opções de “católicos” constantes no Censo 2010.
Estimados padres, as questões acima expostas entram no nosso zelo pastoral, para conduzir, defender e servir, quais bons pastores, o rebanho do Senhor confiado aos nossos cuidados. Deus os abençoe e recompense!
Cardeal Dom Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Partidos e candidatos: Qual é sua posição?


A campanha eleitoral vai ganhando corpo e os eleitores são confrontados com os muitos pretendentes ao seu voto. Por enquanto, os “presidenciáveis” são colocados em maior evidência e quase não nos damos conta de que também estão em jogo os cargos de governador, senador, deputado federal e estadual.

Nas questões gerais, todos os gatos parecem pardos. Os candidatos mostram seus planos para a economia, a saúde, a educação, a segurança, o transporte, o meio ambiente… De todos é esperado que tenham ficha limpa, sejam honestos e transparentes no exercício do poder, promovam o bem comum e não apenas o de alguns setores da sociedade. Cabe ao eleitor ouvir, discernir e escolher os cidadãos probos, capazes de governar e legislar com sabedoria e prudência.

Mas deveriam merecer atenção especial os projetos de partido e o rumo que se pretende imprimir ao país. Votamos em candidatos, mas quem dita as regras é o partido. Qual é a ideologia do partido e sua proposta para o exercício do poder? As diferenças entre os partidos e os candidatos aparecem especialmente nas políticas públicas que desejam desenvolver.

Os eleitores querem saber, e têm esse direito, sobre quais serão as políticas sociais para a superação das gritantes desigualdades e o alcance da equidade e da justiça social, como convém a um país que se pretende grande na economia e importante no cenário internacional. Como se posicionam candidatos e partidos sobre os direitos humanos fundamentais? Parece questão pacífica, mas não é, pois nem tudo é claro nos programas de direitos humanos. A questão não pode ser deixada apenas à ação de grupos de pressão, nem ao cálculo de conveniências nas relações internacionais. Por falar nisso, qual será a posição do futuro governo nas questões de política externa? E quem serão os amigos preferenciais do Brasil?

Poucos duvidam da importância da família para a pessoa, a sociedade e a nação. No entanto, a família não é tema de debates políticos. Estudos sociológicos têm demonstrado que a ausência da família, ou a impossibilidade de cumprir a missão que lhe é própria, está na origem de graves males; quando um governo descuida e desprotege a família, deixa uma herança pesada de problemas à sociedade e chama a si muitas responsabilidades que poderiam ser bem melhor assumidas pela família, que tem um papel social insubstituível; por isso ela merece toda a atenção dos governantes e legisladores. Não seria hora de ter no Governo brasileiro um Ministério voltado para as questões da família?

A família precisa de políticas públicas para o acesso à moradia digna, alimentação e educação de qualidade. O trato privilegiado da saúde materna e infantil seria um investimento de elevado retorno social; a adoção poderia ser mais incentivada; a educação sexual não deveria ser desvinculada da formação para atitudes eticamente e socialmente responsáveis, nem dos valores do casamento e da família bem constituída, condições para acolher bem os novos brasileirinhos. Será que é bom para o futuro do país que um percentual elevado de crianças nasça fora de uma família constituída? Que a sustentação e educação do filho fique a cargo de um dos genitores apenas? Os programas de repressão da natalidade levaram o Brasil a uma queda brusca do número de filhos por casal e isso foi celebrado como um avanço importante. Seremos, em breve, uma população de idosos, como já acontece em outros países, e os governos precisarão fazer políticas de incentivo à natalidade…

Questão espinhosa para os candidatos é o pleno respeito à dignidade da pessoa e à sua vida em todos os momentos do existir. Questões como o aborto, a eutanásia, a manipulação de seres humanos nas pesquisas científicas acabam sendo evitadas, ou tratadas de maneira evasiva: “Vamos tratar disso como questão de saúde pública…” “Vamos submeter a um plebiscito…” O direito à vida não pode ser submetido ao arbítrio da maioria. O aborto deveria, sim, ser tratado como questão de saúde pública, mas para melhor proteger a vida dos nascituros contra toda agressão, amparar as gestantes, dando-lhes condições de levar a gravidez até o fim e de dar à luz com dignidade a seus bebês. Gravidez e maternidade não são enfermidades! Mas se, por saúde pública, é sinalizada a facilitação ou a legalização do aborto, não estamos mais diante de uma política de saúde. Inútil abrandar as coisas com conceitos como “despenalização do aborto” ou “antecipação do parto”. A crua realidade não muda e o aborto voluntário é sempre a supressão direta da vida de um ser humano.

Política pública de saúde seria também a aplicação da lei em vigor, fechando as clínicas clandestinas de abortos e penalizando os responsáveis! Seria ainda a oferta de apoio efetivo às gestantes em dificuldades, bem o chamado à responsabilidade do pai biológico e o cumprimento da lei em vigor, no que se refere à proteção e defesa da mãe e do filho ainda por nascer. Com freqüência ouvem-se cálculos, de fato nunca comprovados, de que no Brasil os abortos clandestinos seriam mais de um milhão por ano. Um milhão de seres humanos eliminados antes de nascer! E, com eles, muitas mulheres morrem ou levam problemas para o resto da vida! Isso deveria merecer alguma atenção política!

Os candidatos aos cargos de deputado federal e senador, se eleitos, terão a responsabilidade de fazer leis sobre essas questões. Suas posições e as de seus partidos, sobre o assunto são conhecidas? Os eleitores têm o direito de saber, para votar conscientemente.

Card. Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Artigo publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, dia 14.08.2010